quarta-feira, 23 de março de 2011

Perdi meu sorriso, alguém viu por aí?

Ultimamente. A única coisa que realmente me agrada. E alivia. É escrever. Não quero ser escritor. Não penso em ser escritor. Como diria a Clarice, escrever é uma maldição. Mas uma maldição que salva. Estou começando a duvidar dos meus sonhos. Dos meus reais desejos. E não falo de relacionamento. Desse eu ainda tenho muita certeza. Falo de profissão. De caminho. Diversas vezes me questionei se estava no lugar certo. Mas, não tenho mais nem tempo para colocar essas idéias no lugar.

Mais uma vez vou dizer. Melhor, dessa vez vou perguntar. À vocês: alguém sabe alguma fórmula para voltar no tempo? Para que eu volte a ser criança. E saiba tudo. "Mas não sou mais. Tão criança a ponto de saber tudo." Quero subemergir esse ponto. Voltar a saber de tudo. A não ter responsabilidades. Não saber o valor do dinheiro. Não achar tão ruim assim por não estar com quem eu amo. Não saber amar. Crianças, realmente sabem tudo. O que precisam saber. Só o suficiente para ser feliz.

Já me esqueci como é que se tem que sorrir. Para estar bem. Se alguém souber de algum motivo. Que possa me fazer sorrir. Avise-me. Vou me agarra à isso. Com garras e dentes (não unhas). Talvez esteja só assumindo mais um de meus personagens. Talvez. Mas, aquele Diogo. Que se olha no espelho. Com estranhesa. Com medo. Com raiva. Com dor no estômago. Com uma vontade enorme de quebrar tudo que possa refletí-lo. Até a água eu quero despedaçar. É o mesmo. Que vem aqui e escreve. Que vive.
 
Já estou novamente tomando meu remédiozinho. Aquele que tinha acabado. Há algum tempo. Mas, de verdade. Nem ele está me ajudando a voltar a ser criança. A ser quem eu era. Acho que só quero parar de crescer. Estou com medo de dizer que já sou adulto. Que daqui a algum tempo. Vou estar casado. Com filhos. Com netos. Morto. É assim que acaba. Queria fazer diferente. Queria ser um Peter Pan. Alguém sabe o caminho para a Terra do Nunca? Ou quem sabe. Ser Alice. Correr atrás de um coelho atrasado por um buraco. Diminuir para poder entrar. Crescer para poder sair. Alguém sabe onde fica o País das Maravilhas?

Tenho que começar a aceitar. Minha vida não é um filme Hollywoodiano. É só uma vida. Vazia. Cheia. Densa. Descompensada. Lúdica. Lírica. Corrida. Tempestiva. Prometo que esse aqui eu publico. São tantos apagados. Sem borracha. Escrevo pelo simples fato de esquecer tudo. De poder esquecer tudo. Matilda. Meio Matilda. Completamente Matilda. Aquela que se parece com Medéia. Mas, não é. Medéia, uma rosa com espinhos. Incompreendidos. -Boa sorte, Diogo. -Obrigado, Diogo.




(19:23) Não queria colocar nenhuma música aqui hoje. Mas, acho injusto. Com tantas que eu ouço. Com tantas que eu choro. Com tantas que eu canto.
"E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer [...]
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz [...]
De novo.
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei" - Giz.
Intérprete: Legião Urbano. Do Renato Russo. Que de russo, não tem nada.

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